Dias de Luta
Esta é a história de um chamado. E de como ele salvou a minha vida.
Foi um chamado que se apresentou pra mim na forma de um pôster pendurado na banca de jornal, numa manhã sossegada como eram todas as manhãs em Pradópolis, a cidade no interior de São Paulo onde eu nasci. Eu vinha pela rua, dei de cara com aquela fotografia imensa e me aproximei pra conferir os nomes miudinhos escritos na parte de baixo do cartaz.
Era assim: “Em pé: Ivan, Adilson, Zetti, Cafu, Ronaldo e Antônio Carlos. Agachados: Muller, Palhinha, Pintado, Raí e Elivélton”. E no alto, bem grande: “São Paulo Campeão da Libertadores 1992”.
Tinha uma mágica poderosa naquilo ali. Algo que por um breve momento me tirou de mim. Até hoje não lembro de onde eu vinha e pra onde eu ia naquela manhã. Meu coração estava disparado. A boca secou, fiquei ofegante, achei que fosse desmaiar. Tudo em volta de mim tinha sumido. A rua, os carros, as pessoas, a banca de jornal, as árvores, os sons. Sobraram só o pôster, que agora levitava no ar, eu e o silêncio.
Li os nomes de novo e me afastei pra apreciar a fotografia. Aos poucos a respiração voltou ao normal, o coração se acalmou, o mundo ao redor reapareceu e eu segui o meu caminho — que nunca mais seria o mesmo.
Eu tinha 12 anos e era aquele tipo de moleque que infernizava os pais, os parentes, os vizinhos, os conhecidos e até os desconhecidos pra ganhar bola e chuteira de presente. Carrinho, videogame, pipa, bolinha de gude, nada disso me interessava. Eu amava o futebol.
Mas amava o futebol porque, antes e mais, eu amava o São Paulo. Desde os seis anos eu me destacava entre os garotos da escolinha da Viação Pradopolense. Era baixinho, jogava na frente, metia gol que era uma beleza. Era um atacante confiante e endiabrado. No final do dia, porém, a coisa toda só fazia sentido se eu tivesse me imaginado Raí, Cafu, Palhinha, com a camisa do meu Tricolor, metendo aqueles gols todos num Morumbi lotado.
Quando me perguntavam se eu ia ser jogador de futebol quando crescesse, eu tinha um jeito esquisito de responder que sim: “Jogador de futebol, não. Eu vou ser jogador do São Paulo”. E aquele episódio do pôster… Bom, foi como se ele tivesse me dado mais certeza disso.
Pouco tempo depois eu fui convidado pra fazer um teste no Botafogo de Ribeirão Preto, a cidade vizinha da minha. Eu conto isso e o pessoal acha que é história de pescador: marquei nove gols no primeiro treino.
Nove!
Quase todos os gols que eu tinha pra fazer na minha carreira eu fiz nesse dia. Voltei pra casa só para arrumar uma malinha e fui morar no alojamento do clube. Foi duro deixar a minha família. Muito duro. Várias vezes eu achei que não fosse conseguir. Mas eu concentrava na bola e tentava sufocar a saudade com a confiança que eu tinha no meu destino, que era jogar no São Paulo.
Assim eu saí de casa aos 13 anos pra voltar só aos 36, muitas alegrias, glórias, quedas e tragos depois. Nessa mesma mesma época eu bebi o meu primeiro gole de cerveja, um erro que me traria muito sofrimento ao longo da vida. Pra mim e pra pessoas queridas.
No Botafogo de Ribeirão eu mudei de posição. Primeiro pro meio de campo, depois pra lateral direita. O fato é que eu era muito franzino. Magro e baixo demais pra centroavante. Tomei injeção pra crescer, fiz horas e horas trabalho de fortalecimento muscular e cheguei a 1,71m de altura. Daí não passei. Mas eu tinha facilidade de entender o jogo, boa técnica e me posicionava bem. Então o treinador Paulo Egídio quis experimentar essas características na lateral e deu certo. Na minha estreia como profissional, mesmo a gente perdendo pro Atlético-PR em casa, e apesar da insônia e do frio na barriga na véspera, sensações que nunca me abandonariam como jogador profissional, fui eleito o melhor em campo.
Na temporada seguinte, quando fui pro Atlético-MG, conheci o que é pressão. Esse passo rumo a um time realmente gigante pode ser traiçoeiro na vida de um jogador, porque a transformação é rápida e radical. A cobrança é muito maior. A grana também. E se a grana cresce, crescem junto as tentações, as cascas de banana, os escorregões e a expectativa dos familiares de que a gente ajude a mudar a realidade deles. Não é mais só tranquilidade e sonho. Não é mais só você. Tem o mundo em volta gritando.
Por outro lado, isso pode ser bom. E pra mim foi. Porque quanto maior a responsa, maior era a minha vontade de fazer dar certo, maior a minha dedicação nos treinamentos pra me aperfeiçoar, maior a minha confiança. E, pra mim, essas duas palavras que dependem uma da outra guardam o segredo do futebol: dedicação e confiança.
Depois de um tempo no Galo, com um empréstimo curto pro Botafogo do Rio, eu recebi uma proposta pra jogar na Rússia. Seria a minha independência financeira. Um dinheiro absurdo que resolveria boa parte dos problemas.
Só que nessa altura eu já tinha visto e vibrado com o São Paulo bicampeão da Libertadores e bicampeão mundial. Já tinha jogado no Morumbi, sentido o poder da torcida tricolor. E a magia daquela tarde do pôster em Pradópolis ressoava cada vez mais forte dentro da minha alma. Eu estava pronto pra recusar a proposta russa quando pintou a do São Paulo.
Era a chance da minha vida. O meu sonho mais iluminado de criança bem ali diante de mim prestes a virar realidade. O chamado tinha deixado de ser uma alucinação. Agora ele era real: um contrato de letrinhas pretas no papel branco em cima da mesa. Eu peguei a caneta e assinei de olhos fechados. Não existia outro clube no mundo onde eu quisesse estar. Não existia nada diferente que eu tivesse vontade de fazer.
Lembro que até a minha apresentação passei três noites sem dormir. Eu deitava a cabeça no travesseiro e ficava me imaginando vestindo a camisa que tinha sido do Cafu, do Belletti, do Zé Teodoro, do Forlán e tantos outros gigantes da posição, me imaginava beijando o escudo e prometendo pra torcida aquilo que desde criança eu carregava no coração: o meu amor pelo São Paulo. Logo nos primeiros dias de treino, porém, eu descobri que o amor pelo clube não basta. Tem que ter compromisso também. E isso eu aprendi vendo o Rogério Ceni.
Eu chegava pra treinar, o cara já estava treinando.
Eu ia embora, ele continuava no campo.
Se estivesse com dor, fazia tratamento três vezes por dia.
Eu olhava e me perguntava: Precisa disso tudo, meu Deus?
Sim, precisa.
O Rogério é o tipo de líder que ajuda a gente a ser um jogador melhor sem precisar falar. Só que ele falava também. Com as palavras certas, precisas. Nunca me cobrou de uma maneira rude, que me diminuísse. Nunca. Era sempre pra que eu não esquecesse o que era capaz de fazer e entrasse confiante em todos os lances nos treinos e nos jogos.
Teve um dia, num treinamento de escanteio do adversário, que ele me chamou e falou assim: “Ó, presta atenção. Você é baixo, não precisa vir na área brigar de cabeça. Fica na meia-lua. Se a bola vier na minha mão, você começa a correr. Só corre e não olha pra trás, que a bola vai até você”. E quase não falhava. O Rogério interceptava o escanteio, eu corria, ele lançava e a bola chegava redondinha pra eu levar pra linha de fundo.
No ano seguinte, 2005, o Rogério foi fundamental pra que eu estivesse no time tricampeão mundial contra o Liverpool, no Japão. Essa nossa caminhada vencedora começou, na verdade, no ano anterior, com o trauma da eliminação na semifinal da Libertadores contra o Once Caldas.
Foi uma queda tão forte, mas tão forte, que ainda hoje eu acordo assustado no meio da noite achando que estou caindo. A gente tinha se preparado demais. A Libertadores era o nosso grande objetivo da temporada e nós vínhamos executando o plano direitinho. No primeiro jogo, no Morumbi, empatamos em 0 a 0, com o time deles só amarrando o jogo. Uma cera danada que dava pra encerar a cidade inteirinha. Na segunda partida, em Manizales, eles abriram 1 a 0 e nós empatamos cinco minutos depois, gol do Danilo. A coisa se encaminhava pros pênaltis — o Cuca, nosso treinador, até já preparava a lista dos cobradores — quando a tragédia aconteceu.
Quarenta e cinco do segundo tempo, substituição nossa. Sai o Gustavo Nery e entra o Fábio Santos. Nessa troca, os caras bateram rápido o lateral, o juiz deixou seguir e quando nós vimos a bola estava dentro do nosso gol.
Vou dizer: eu estava na Copa de 2006 e nem aquele gol do Henry me doeu tanto. Foi a minha derrota mais pesada. O momento mais triste da carreira. Parecia que tinha morrido alguém da família. Não de doença, mas de enfarte fulminante. Levei meses pra me recuperar.
O Rogério Ceni é o tipo de líder que ajuda a gente a ser um jogador melhor sem precisar falar.
- Cicinho
Me recuperei precisamente no Campeonato Brasileiro do ano seguinte, quando metemos 5 a 1 no Corinthians, um passeio sensacional fechando com gol meu: um chute lindo de fora da área, no ângulo. Golaço à la Raí, modéstia à parte. Lembro que num momento daquele jogo no Pacaembu, quando estava 4 a 0, o Carlos Alberto pediu pra gente “segurar um pouco”. Eu até brinquei com ele: “Vem com essa, não! Hoje vai cair Passarella (que era o técnico deles), cair viaduto, ponte, a casa, vai cair tudo pra vocês”. O Corinthians foi campeão aquele ano, mas nós demos essa carimbada aí. E dali largamos forte de novo pro objetivo principal que tinha ficado entalado na garganta: o tri da Libertadores.
A nossa campanha de 2005 foi maravilhosa. Se fosse pra escolher um momento que representasse ela inteira eu escolheria o primeiro jogo das oitavas contra o Palmeiras, no antigo Parque Antártica. Nós vencemos por 1 a 0 com outro golaço meu no ângulo, dessa vez de canhota. Ganhar um clássico em mata-mata de Libertadores é uma sensação indescritível, pra quem tá em campo, em casa ou na arquibancada. A torcida tricolor aquele dia, mesmo em um número menor, sufocou o bairro de Perdizes todo. Foi lindo, inesquecível. E se não bastasse isso, pela primeira vez na vida, não sei o que me deu, eu tinha prometido fazer um gol pra um amigo meu.
Era o Zé Eduardo, amigão de infância lá no interior que tinha começado comigo no Botafogo de Ribeirão. Ele não conseguiu se tornar profissional e depois de um tempo acabou indo pro lado das drogas. Quatro dias antes do jogo contra o Palmeiras, os pais dele, dona Sílvia e seu Toninho, me entregaram uma carta.
Fazia um tempão que eu não tinha notícias do Zé Eduardo. Ele tinha escrito a carta pra mim de dentro de uma clínica de reabilitação. Contava das dificuldades que enfrentava, dizia que sentia saudades e me desejava sorte.
Como o Zé Eduardo não podia receber visitas na clínica, eu escrevi uma carta de volta e pedi pros pais dele levarem: “Zé, assiste o jogo quarta-feira que eu vou marcar um gol pra você”. O diretor da clínica até relaxou as regras, porque lá todo mundo dormia às oito e meia da noite, e botou uma TV pra galera ver o jogo.
Então o meu amigo estava acompanhando quando eu marquei e corri pra câmera gritando: “Zé Eduardo, é pra você, irmão!” A dona Silvia e o seu Toninho me contaram que aquilo deu uma força tremenda pro Zé vencer a luta dele e deixar a clínica. Mas, infelizmente, quatro anos depois ele teve uma recaída, pegou uma moto e sofreu um acidente. Tinha 32 anos. E na minha luta pessoal contra a depressão e a dependência de álcool, em todos os lugares escuros por onde andei no período mais punk da minha vida, não teve um dia que eu não pensasse no Zé Eduardo.
Que você esteja bem, meu velho. Desculpa se eu não consegui te ajudar mais.
Aí, conquistado o tri da Libertadores, no final daquele ano nós íamos pro Japão tentar o tri do Mundial de Clubes. Quer dizer, nós não. O São Paulo ia sem mim, porque eu já estava acertado com o Real Madrid. Na verdade, eu acertei primeiro com o Manchester United. Mas numa das concentrações da Seleção Brasileira, o Roberto Carlos veio falar comigo:
— Ô Anão. Que Manchester o quê, carai! Você não prefere ir pro Real? Se quiser eu falo com os homi lá.
O Roberto Carlos, que é bem mais baixo do que eu e me chamava de anão, mandava mais que o Florentino Pérez no Real. Foi por causa dele que eu acabei me juntando aos Galácticos de Ronaldo, Zidane, Beckham, Figo, Raul e o próprio Roberto… Eu deveria me apresentar em Madri antes do Mundial. Mas aí o Rogério Ceni fez a diferença na minha vida outra vez. Ele me pediu pra ficar e jogar o torneio com o São Paulo, porque era um título que ele queria muito conquistar, que a torcida merecia demais e a minha presença seria importante. Então eu negociei com o Real pra ir só depois.
A nossa vitória na final contra o Liverpool é outra coisa maravilhosa que eu agradeço todos os dias. Seria um erro não ter participado. Porque eu estava indo embora do meu clube do coração. E por mais que eu achasse que a minha saída era uma forma de retribuir financeiramente tudo o que o São Paulo me proporcionou e investiu em mim, ninguém se afasta de um grande amor sem ficar triste. Eu estava satisfeito, porque saía do São Paulo pela porta da frente, deixando mais um pôster de campeão da Libertadores pendurado na história, mas saía triste. Então, conquistar o Mundial remediou um pouco essa tristeza. Principalmente por causa da maneira que nós jogamos a decisão. O nosso gol, marcado pelo Mineiro, saiu aos 26 do primeiro tempo. Ainda tinha um tempo e meio pela frente em que a gente precisava segurar um dos times mais poderosos do mundo. E a gente segurou. O São Paulo, time de tradição ofensiva, virou uma muralha.
Teve luta, garra, pontapé, dedo na cara, entrega total… A gente fez de tudo pra não tomar o empate. Aquele título, além de tudo, foi a resposta definitiva pra quem diz que o São Paulo não é time de garra. Se alguém ainda pensa assim eu recomendo que assista ao VT inteiro do nosso tri mundial contra o Liverpool e depois me conte o que achou.
Quando enfim cheguei no Real, eu parecia um menino que nunca tinha saído de Pradópolis.
Um menino que bebia.
Fiquei deslumbrado e me perdi um pouco.
Aos 30 anos, eu não sentia mais prazer em jogar e, em muitas ocasiões, nem em viver.
- Cicinho
Na minha primeira temporada lá, nós perdemos a Liga pro Barcelona. Ganhamos no ano seguinte, mas eu joguei pouco porque sofri a minha primeira lesão grave no joelho. Eu já não estava bem de cabeça. Bebia muito, fumava mais ainda e me enchia de perfume e café pra disfarçar o cheiro da bebida e do cigarro.
Sim, cheguei a ir treinar bêbado com os Galácticos. Hoje me envergonho disso, mas preciso falar, e não esconder, que é pra sentir o tamanho dessa vergonha. A lesão me derrubou um pouco mais, só que o pior ainda estava por vir.
Em 2007 eu fui pra Roma e lá me machuquei de novo. No treino, um zagueiro caiu sentado em cima do meu joelho e moeu ele. Quando eu saí da sala de ressonância magnética e o médico disse que talvez eu não voltasse a jogar futebol, eu senti um nó no peito, um baque, um troço pesado que chegou e se instalou de vez em mim. Eu não sabia ainda, mas era a depressão. E um alcóolico deprimido sem cuidados faz o quê? Bebe mais.
Depois da cirurgia, eu ia pro centro de treinamento, fazia fisioterapia, voltava pra casa às duas da tarde e começava a beber. Só parava umas cinco da manhã quando desmaiava e finalmente conseguia dormir. No dia seguinte, chegava embriagado na Roma, os dirigentes viam, meu treinador via, meus colegas viam e eu caía em descrédito: eu era o cara com quem eles não podiam contar. Me sentia um enganador.
No Brasil, meu pai e minha irmã entraram com um pedido judicial pra administrar meus bens. Eu não tinha a menor condição de cuidar do patrimônio que construí. E o mais lamentável: eu não consegui ser um pai pro meu filho mais velho, que estava comigo em Madri e Roma nesse período.
Eu achava que para ser pai bastava dar presente, levar no shopping, comprar tudo o que ele queria. Nada a ver. Ser pai é dar amor. Eu sentia muito amor por ele, mas em vez de demonstrar eu preferia me esconder na garrafa de bebida. E assim eu perdi muitas coisas, pessoas e momentos valiosos na minha vida.
Quando a Roma não aguentou mais a situação, me emprestou pro São Paulo. Eu estava tão arrasado de voltar pro meu time do coração daquela maneira que meu plano era tentar jogar seis meses e me aposentar. Eu estava com 30 anos. Em condições normais poderia jogar mais quatro ou cinco anos. Mas a minha condição não era nada normal. Eu não sentia mais prazer em jogar, treinar e, em muitas ocasiões, nem em viver. E foi aí que aquele chamado que eu tive aos 12 anos de idade vendo um pôster do São Paulo pendurado na banca de jornal se completou.
Os médicos do clube diagnosticaram a minha depressão e imediatamente eu comecei a me tratar. Eu precisava de ajudar pra levantar, sair primeiro do quadro depressivo e então cuidar da dependência de álcool.
Sozinho eu nunca teria conseguido.
Foi o São Paulo que me estendeu a mão. E também a minha segunda esposa, guerreira, ela segurou a barra mais pesada e não me deixou cair de novo. Fiquei 2010 no São Paulo, me cuidei, me recuperei e joguei por mais oito anos. Ainda passei pelo Villarreal, pelo Sport e vivi três temporadas magníficas no Sivasspor, comandado pelo Roberto Carlos, ganhando prêmios de melhor lateral-direito da liga turca aos 34, 35 e 36 anos. Depois joguei mais uma temporada no Brasiliense e aí sim pude encerrar a carreira de cara limpa e cabeça erguida.
Hoje eu estou bem. Faz 14 anos que não bebo. Mas sei que a luta contra a dependência a gente trava todos os dias, um depois do outro. Mesmo me sentindo recuperado, com vontade de viver e de me manter perto das pessoas que eu amo, algumas pendências ficaram pelo caminho.
Uma delas é o fato de o meu filho mais velho, hoje meu parceiraço, amigo de todas as horas, ter se tornado palmeirense por influência do padrasto dele. O nosso reencontro, a nossa reaproximação é um dos maiores presentes que eu já ganhei e nada me deixa mais feliz hoje do que estar com ele. Mas torcer pro rival não dá. Então, eu tô na luta pra trazer o moleque pro lado tricolor da força. E tenho o melhor dos argumentos comigo:
— Filho, no São Paulo você é tricampeão mundial. Já no rival…
Ele ainda vai ser são-paulino como o pai. Pode confiar!